Novo artigo de diretora da Kodex publicado na Revista SETCERGS
Quando pensamos no presente do transporte, é possível perceber que ele é cada vez mais digital. Neste setor, a tecnologia do futuro é marcada pela coleta e análise de dados, sistemas elétricos e autônomos, robotização, automatização de processos e colaboração entre empresas para cumprir o objetivo de impulsionar a satisfação do cliente ao menor custo.
Segundo um estudo do Banco Mundial, feito em 2018, um dos fatores que impulsiona a inovação no transporte é a hiperconectividade. O que é hiperconectividade? Essa palavra remete a estarmos o tempo todo conectados a algum dispositivo tecnológico, seja um smartphone, notebook, tablete ou smartwatch. Ou seja, refere-se à possibilidade de estarmos prontamente acessíveis à interatividade e à geração de dados. Quer um exemplo em tempo real? Neste exato momento, estou me deslocando para São Paulo pela Gol, conectada ao Wi-Fi Gogo Inflight, escrevendo este artigo em meu note e, ao mesmo tempo, com o aplicativo do WhatsApp aberto respondendo minhas conexões. Este é um simples exemplo da minha logística conectada. Por isso, a frase que afirma que o presente é digital é tão verdadeira e nos impulsa para um futuro ainda mais conectado e acelerado.
No entanto, a hiperconectividade é mais que isso. O conceito passa por novos modos de comunicação, que permitirão alcançar outros patamares de conexões. Como a Internet das Coisas, que já é aplicada para interconexão digital de objetos cotidianos, fazendo com que as pessoas possam estar em constante comunicação e interação, seja com objetos ou com outras pessoas. Podemos dizer que é a fusão do mundo real com o mundo digital.
Como as empresas podem se preparar? A hiperconectividade exige que as empresas ajustem seu mindset para estarem abertas à inovação. Estamos falando no digital de uma forma escalável dia a dia.
É necessário iniciar, em nossos negócios, uma reestruturação para criar valor para a sociedade 5.0 que começa a exigir serviços e produtos cada vez mais democráticos, desmaterializados e desmonetizados para serem aceitos no novo contexto da economia compartilhada. As empresas que já estiverem imputando esse novo pensamento sairão na frente e ganharão competitividade.
Em breve, não será mais possível escolher manter-se pequeno. Será necessário pensar constantemente em crescimento e escala para manter-se vivo no mercado. E diante desse contexto, é preciso considerar 3 aspectos: inovação, otimização de processos e os desafios da TI (Tecnologia da Informação).
Mas o que precisa cada etapa? Inovação: é o elemento central para alcançar um diferencial competitivo e agregar valor. É preciso garantir o acesso cada vez maior à informação, permitindo tanto que a empresa entenda melhor o cliente, quanto que ele saiba mais sobre a empresa.
Otimização de processos: relacionada diretamente com a redução de custos e o aumento da eficiência. Estes também são propósitos da hiperconexão, porque permitem que os clientes recebam melhores produtos e serviços. Importante destacar que este aspecto dependerá diretamente da tecnologia da informação para ser colocado em prática. TI: é preciso preparar a organização para o ambiente hiperconectado. A ideia de estar conectado o tempo todo exige que colaboradores, negócios e áreas estejam integrados. O grande desafio é o aumento significativo no volume de informações. É aí que entra a TI, que precisará agir de maneira a preparar a empresa para este ambiente. Em que infraestrutura devo investir para me adaptar à hiperconectividade? O exercício que devemos fazer para responder essa pergunta é reaprender a dinâmica dos negócios e seus reflexos. É preciso estar alinhado com a economia comportamental e compartilhada para direcionar nossa atenção e recursos.
Vamos refletir sobre as características do comportamento da sociedade atual no que tange ao transporte. Já perceberam que, para as empresas de logística, a geolocalização e o custo são pontos relevantes para calcular o tempo e preço que levará para deslocar uma determinada carga? Mas, para os consumidores, a agilidade é a condição predominante, ou seja, não importa onde a mercadoria esteja e sim o quão rapidamente ela pode chegar. Essa é a exigência pulsante, além de se buscar o menor custo para alcançar este objetivo.
E como lidamos com a guerra de preços imposta pelo mercado? A resposta está em inovação constante e o forte relacionamento com seus clientes para manter-se importante. As metas serão cada vez mais tornar a concorrência irrelevante e conseguir fornecer para o mercado algo com diferencial.
Por isso, também é preciso ter um olhar para novas formas de comunicação e de conexão com seus clientes, visando sempre aspectos como segurança da informação, comunicação, omnichannel, mobile, cross docking, atendimento em tempo real, virtualização de servidores e cloud computing. Esses são alguns exemplos de investimentos em infraestrutura para uma resposta à altura da hiperconectividade.
Perceberam que a hiperconectividade é o presente e o futuro? Que tal começarmos agora a reaprender com a economia comportamental?